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MTV encerra canais de música em sete países além do Brasil

A marca televisiva MTV, conhecida mundialmente por ter revolucionado o formato de canal ­musical, anunciou que encerrará todos os seus canais dedicados exclusivamente à música em sete países — além do Brasil. A medida faz parte de um plano de reestruturação da controladora Paramount, que busca reduzir custos e reposicionar a marca no mercado de entretenimento global.

Contexto da decisão

Segundo informações divulgadas em outubro de 2025, a MTV vai desligar suas operações musicais lineares em sete países: Reino Unido, Irlanda, Alemanha, França, Áustria, Polônia — além do Brasil, onde já havia anúncio de encerramento.

Essa decisão atinge especificamente cinco canais temáticos com programação centrada em videoclipes e shows ao vivo: MTV Music, MTV 80s, MTV 90s, Club MTV e MTV Live.

Apesar deste recuo no segmento musical, a marca MTV continuará ativa nesses mercados — porém com foco predominantemente em reality shows, séries de entretenimento e outros formatos de “lifestyle”.

Razões e implicações

De acordo com o comunicado da empresa, a decisão integra um pacote de cortes de custos da Paramount, que busca economizar cerca de US$ 500 milhões em meio ao processo de fusão com a Skydance Media.

Essa economia, portanto, não se refere apenas aos canais em si, mas a toda uma revisão da presença da marca no mercado global. Em consequência, canais lineares exclusivamente musicais passam a não fazer parte da estratégia central da emissora — um reflexo de mudança nos hábitos de consumo de música e vídeo.

Além disso, essa movimentação dá sequência a uma tendência que vinha se desenhando há anos: o deslocamento de videoclipes e conteúdo musical para plataformas digitais como YouTube e TikTok, o que reduz a relevância de canais lineares com grade fixa.

Embora houvesse ainda audiência — por exemplo, no Reino Unido o canal MTV Music registrou mais de 1,3 milhão de espectadores em julho deste ano segundo o instituto BARB.

Entretanto, a empresa concluiu que o modelo não é mais sustentável frente à mudança de paradigma.

O que muda para os espectadores

Para o público dos países afetados, isso significa que os canais dedicados a videoclipes e shows ao vivo deixarão de existir na grade linear da MTV. Em contrapartida, o canal principal da MTV em cada país continuará funcionando — porém com programação voltada para entretenimento geral, séries, reality shows e formatos mais amplos.
Ou seja: o canal deixará de lado a especialização musical, e passará a operar com o mesmo tipo de conteúdo que muitos associam à MTV nos últimos anos — em vez de videoclipes e transmissões musicais contínuas.

Impacto no Brasil e internacional

No Brasil, a notícia do encerramento já vinha sendo antecipada. Com essa nova decisão internacional, fica claro que o Brasil não está sozinho nessa mudança — trata-se de uma ação global da marca. Nos países europeus citados — Reino Unido, Irlanda, Alemanha, França, Áustria e Polônia — a retirada dos canais musicais da MTV também sinaliza uma redefinição de marca e produto. Para além de mudanças econômicas, há uma mudança de identidade: a MTV instrumentalmente abandona (ou pelo menos reduz) a sua função de “canal de videoclipes” em favor de um formato mais amplo de entretenimento.

Reação da indústria e considerações históricas

Não é exagero afirmar que a MTV teve um papel icônico na indústria da música. Fundada em 1981 nos Estados Unidos, a emissora revolucionou ao se tornar o primeiro canal 24 horas dedicado à música, estreando com o histórico clipe “Video Killed the Radio Star” do The Buggles.

Posteriormente, a marca se internacionalizou, atingindo a Europa e a América Latina durante os anos 80. No Brasil, marcou gerações com apresentadores icônicos como Cazé Peçanha, Marina Person e João Gordo.

Assim sendo, a retirada dos canais dedicados à música representa, para muitos, o fim de uma era. Afinal, com a migração massiva dos videoclipes para plataformas de streaming e redes sociais, o formato original da MTV perdeu o seu protagonismo — o que torna a decisão mais um reflexo dessa transição e não apenas uma iniciativa isolada de economia.

Do ponto de vista da indústria musical, a medida suscita reflexões sobre como os artistas e os videoclipes serão promovidos daqui para frente. Se um canal linear dedicado deixará de existir em vários países, restam as plataformas digitais, redes sociais e serviços de streaming. Para os espectadores, a mudança pode significar a perda de um espaço dedicado que funcionava como curadoria musical televisiva, em favor de algoritmos e feeds personalizados.

O que esperar da MTV daqui em diante

Com os canais musicais desligados, o futuro da MTV nos mercados afetados será focado em entretenimento mais amplo: séries, reality shows, programas de formato livre, lifestyle, cultura pop — e possivelmente formatos híbridos.
Não se trata de um desaparecimento da marca, mas sim de um reposicionamento. A MTV continuará como um canal de televisão e marca reconhecida mundialmente. Porém, para quem associava a MTV exclusivamente à música e aos videoclipes, a mudança será visível e possivelmente sentida como uma perda.

Importante notar: a decisão não afeta apenas os mercados referidos, mas sinaliza para todo o ecossistema televisivo que o modelo “canal de videoclipes” em si está sendo posto em segundo plano. Afinal, se uma das marcas fundadoras desse tipo de formato abandona essa identidade, a mensagem é clara.

Reações esperadas e próximos passos

É provável que as próximas semanas tragam divulgações adicionais da Paramount sobre os prazos de desligamento dos canais, o que acontecerá com assinantes, operadoras e anunciantes, além de orientações para os espectadores desses territórios.
Operadoras de TV por assinatura ou pacotes de canais podem ter de ajustar suas grades ou informar os usuários sobre a mudança. Os anunciantes e agências de mídia precisarão adaptar seus planos e portfólios, especialmente se usavam os canais musicais da MTV como plataforma de comunicação.

Para os fãs da música, resta a questão de como o mercado reagirá: se por um lado a televisão linear perde uma parte simbólica de sua função, por outro lado as plataformas digitais ganham ainda mais relevância e talvez espaço para preencher o vácuo deixado. A marca MTV — embora continue — terá de revalidar sua proposta e valor em um mercado onde a programação musical linear já não é central.

Conclusão

Em resumo, a MTV encerra seus canais de música em sete países — incluindo o Brasil — como parte de uma grande reestruturação global comandada pela Paramount. A medida marca o fechamento de um capítulo: aquele em que videoclipes e canais musicais eram parte essencial da grade da MTV.
Ao mesmo tempo, evidencia com clareza que o consumo de música e vídeo mudou. E neste cenário, a MTV opta por seguir adiante com outros formatos de entretenimento, deixando para trás (ao menos para esses mercados) sua função clássica de “canal de música”.
Para os espectadores, artistas e anunciantes, resta observar como essa mudança será implementada na prática e de que forma o novo papel da MTV será apresentado — mas uma coisa é certa: algo realmente simbólico se encerra.

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Autor

Olá, meu nome é Lucas Menezes do site Under Miusic e eu tenho 35 anos. Trabalho com criação de conteúdo e marketing digital desde 2014. Sou formado em Publicidade e Propaganda e além desde site, tenho outros projetos na internet.